1.
olhas fotografias antigas
tentando impedir a ruína do mundo
mas onde estavas nesse tempo de luz registado
que não aproveitaste nada
quantas pessoas morreram entretanto
sem que de ti desses conta
sendo as costas da tua própria vida
e nem uma espada de São Jorge num vaso de casa
quantas pessoas que nunca viste o suficiente
que nunca soubeste e nunca te aproximaste
livros que não leste por distracção de quem és
não olhes agora as fotografias
esfrega-as na cara e entende por fim
que já há muito não estás contigo