Poemas · Janeiro 17, 2022

Cemitério de Moço Morto, de Jorge Reis-Sá

Que a estrada é longa e a velocidade
excessiva já o sabemos

Na juventude
todos querem viver depressa a morte
não interessa

Mas a morte é a curva
na estrada é
nessa parábola cemitério recipiente
chapa óleo espíritos incautos

Os verdes de moço morto recebem
as almas de toda a cidade mas

quem chega primeiro são
as que esquecem a morte
com a salutar vida
da tenra idade

 

Jorge Reis-Sá