1
Os livros abertos
estão em silêncio.
Nas páginas, porém,
o poema
atroa os lares,
pois nunca aguarda
atrás da linha vermelha.
2
A poesia tem o dom
de gerar frisânteas,
alfúmbrias, balzabras
e muitas outras palavras.
3
Quando duas palavras
se encontram pela vez primeira
e na página as acende
a união inesperada
a poesia assoma,
e fulgura o seu enigma.
4
O poema, diz Luíza, ensina a cair.
E por muitas razões é, mas é também
porque descemos as escadas do poema
verso a verso
até no último degrau nos despenharmos
e acabarmos em chão de agudas pedras.
E Luís Vaz diz: não há i outra resistência
para tão certa queda da caída.