Foi de mãos dadas que notaram haver vida para além dos seus lábios.
Não era carícias, elogios, nem mesmo promessas que elas entrelaçavam.
Era o que ainda não sabiam exprimir.
Assim foram, calados, pelas ruas escurecidas pelo mistério – progénito da
noite e próximo dos que desejam sentir-se.
Foram.
Foi-se,
foi.
Longe ficaram, deixaram de se ver.
O que fazer com as mãos, agora achando-se olhos, atentas mais do que
nunca àquele momento que jamais olhar algum conseguirá tocar?
Não se consegue esquecer o que nos toca. O que nos mostra como foi que
aqui chegámos.
Como foi?