Artes / Poemas · Junho 2, 2021

Terraços de Dong Chuan, de Carlos André

A terra é vermelha na montanha,
a terra em silêncio à beira céu;
vermelha como a vida quando chama,
montanha, onde o vermelho é teu e meu
na cor que vem do sangue e nos engana,
e o longe é só uma luz que se perdeu.

Socalcos a arder de cor em canto breve
ou longo, como febre de infinito,
mosaico, onde a cor é linha breve,
e o sol é deus cansado de ser mito,
na acesa simetria que o susteve;
nascente ou poente como um grito.

Carlos André