Acende a voz indigente
que em ti mora
e deixa-a arder pelas ruas
sem gente, pobres e nuas,
as ruas do amanhecer.
Acende a voz maldita,
a voz da desdita
e do alto das colinas,
das torres das igrejas,
grita ou canta.
Deixa essa voz soar
ao entardecer,
chama, apedreja,
não te deixes calar
e muito menos morrer.