(a Eduardo Olímpio)
na redenção quebradiça de um abraço
escondes-me
na iniquidade
a flutuar no regaço das mães
no cego murmúrio dos mudos
entre o anonimato dos pinhais
no rigor matemático dos milagres
entre as coisas que são inexistentes
no vaivém frio e irrepetível das marés
na irregularidade das superfícies de cal
nos lugares onde esperas outros silêncios