Anualmente, são produzidas no mundo 350 milhões de toneladas de compostos que, com o tratamento adequado e a aplicação de tecnologia, poderiam ser convertidos em combustível, o que, a longo prazo, significaria salvar a vida de milhões de pessoas que habitam o planeta, um processo que será detalhado a seguir.

Na Universidade de Yale, prometem extrair toneladas de combustível do lixo

Um dos grandes problemas que afeta a população mundial é o acúmulo de milhões de toneladas de resíduos a cada ano, porque muitos deles são compostos que sofrem uma degradação muito lenta, o que se traduz na presença desses resíduos e seus efeitos poluentes no planeta durante centenas e até milhares de anos.

A maioria desses resíduos não biodegradáveis são plásticos sintéticos tradicionalmente usados na forma de sacos, embalagens ou garrafas que, devido aos efeitos do crescimento populacional, do consumo e da má disposição do lixo, acabam acumulando-se em aterros e esgotos.

No entanto, agora é possível transformar esses resíduos plásticos em produtos químicos úteis por meio de uma técnica que promete muitos e importantes benefícios a nível industrial, embora nem todos os plásticos tradicionais possam ser incluídos, pois alguns apresentam baixo rendimento.

Cientistas da Universidade de Yale conseguiram desenvolver uma tecnologia para transformar a poluição por plásticos em compostos úteis para combustão e outros fins, com base num processo pirolítico sem o uso de catalisadores, com um resultado mais eficiente e económico em comparação com qualquer método tradicional.

A diferença entre o passado e o presente são muitos buracos de tamanhos diferentes

A existência de mais de 350 milhões de toneladas produzidas em todo o mundo a cada ano é uma evidência clara do aumento dos problemas em torno do acúmulo de resíduos plásticos e torna a tecnologia de pirólise desenvolvida em Yale uma ferramenta muito conveniente para enfrentar o flagelo que é esse impacto ambiental.

O método de pirólise já havia sido utilizado anteriormente para o tratamento de resíduos plásticos, no entanto, a necessidade de utilizar catalisadores caros e de curta duração impedia uma maior aplicação, mas agora o uso de um reator com poros de diferentes tamanhos em vez de um catalisador mudou radicalmente a situação.

A peça-chave desta tecnologia é um reator fabricado por impressão 3D e equipado com uma coluna de carbono que possui um conjunto de poros hierárquicos e que, através de um processo de três etapas, promete reduzir a quantidade de resíduos plásticos que se acumulam continuamente no ambiente.

O design deste reator com poros que se tornam gradualmente mais pequenos, com medidas de 1 mm a 200 nm, permite um controlo mais preciso da temperatura e a desintegração molecular, o que a longo prazo evita a coqueificação, ou seja, a geração de resíduos de carbono, garantindo assim a sua degradação progressiva e eficaz.

Agora, livrar-se do lixo plástico é mais fácil, sem catalisador, com menos energia e poluição

O uso deste reator para realizar a pirólise, além de descartar o uso de catalisadores, garante uma alta conversão de 66% do polietileno em outros compostos químicos que são particularmente valiosos, especialmente combustíveis na forma de hidrocarbonetos líquidos, bem como precursores químicos.

O uso de um reator com este design ajuda a reduzir a perda de energia e permite o ajuste das temperaturas, o que é fundamental para alcançar uma maior sustentabilidade dos processos, além de que a aplicação desta tecnologia na ausência de oxigénio durante a pirólise produz uma redução significativa das emissões poluentes.

Em conclusão, a aplicação da tecnologia de pirólise sem catalisador aos 350 milhões de toneladas de plásticos num mar de resíduos produzidos anualmente no mundo poderia converter este lixo em combustível líquido, mas melhor ainda, evitaria o colapso ambiental, salvando assim milhares de milhões de vidas.

By acanto