Se estás à espera que os outros te dêem permissão para fazeres o que te apaixona, provavelmente nunca darás um passo. Nunca serás tu mesmo. Nunca terás uma autoestima forte. Porque o único caminho para melhorar a autoestima e o amor-próprio passa inevitavelmente pela autenticidade. Os grandes génios da história são aqueles que ousaram sair dos padrões. Com o tempo, ninguém olha para trás e se lembra daqueles que fizeram tudo exatamente como era esperado deles. Ninguém diz com admiração: «Ele fez tudo como os outros esperavam dele. Nunca quebrou as regras e não se atreveu a fazer nada que fizesse a diferença». Não. Os pioneiros, os génios, são autênticos.
Porque a verdade é que, embora vivamos numa sociedade que quer moldar todos num mesmo padrão, não existem duas pessoas iguais. Não existe uma única maneira de julgar as coisas, nem de viver a vida.
Exemplos disso são aqueles que mudaram tudo: Albert Einstein mudou radicalmente a compreensão do tempo e do espaço. Pablo Picasso rompeu com a concepção tradicional da representação realista do mundo. Frida Kahlo transformou a sua dor em arte e redefiniu o autorretrato. Nenhum deles pediu permissão para fazer isso.
Não espere que gostem de si
O medo de agir paralisa-nos. Foi o que explicou a especialista em desenvolvimento pessoal Mel Robbins. Uma das maneiras pelas quais a nossa mente transforma os outros em problemas é quando decidimos que a opinião dos outros limita as nossas ações.
Deixamos de fazer o que gostamos, o que nos vem naturalmente, por causa do que os outros pensam de nós. Isso nos diminui, limita a nossa capacidade de agir e impede o nosso desenvolvimento.
Pensemos nos exemplos citados. Se Frida Kahlo, Picasso ou Einstein tivessem esperado que alguém lhes dissesse que o que estavam a fazer era exatamente o que deviam fazer, nunca teriam revolucionado os seus campos.
Cada um deles tinha uma visão radicalmente diferente do que era a arte, a ciência ou a própria vida, em comparação com o que era aceite na sua época.
Se Einstein precisasse que alguém lhe dissesse: «Claro, a teoria da relatividade, que verdade!»; ou se Picasso tivesse escondido as suas obras por medo que alguém pensasse: «Cubos? Que disparate!», ou se Frida tivesse deixado de pintar porque achava que os outros, ao verem as suas obras, diriam: «Que feio, que narcisista, só pinta-se a si própria!», nenhum deles teria sido capaz de criar nada de novo. Nenhum deles teria sido uma pessoa diferente.
Somos o que fazemos
O que fazemos molda-nos. É assim que Francesc Miralles e Alex Rovira explicam no seu livro Homo Solver. «Quando resolvemos um problema, a nossa autoestima melhora», escrevem os especialistas em desenvolvimento pessoal.
A autoestima, ao contrário do que pensamos, não é uma estrutura fixa que se forma na infância e permanece inalterada. O problema é que, para melhorar a nossa autoestima, precisamos melhorar a nossa autoavaliação. E a nossa autoavaliação depende do que fazemos.
Seja o que for que queiras na vida, a única maneira de alcançá-lo é seguir um caminho que só tu podes traçar.
Javier Urra, pioneiro da psicologia, explicou isso numa entrevista que deu à imprensa.
«Há quem diga que é preciso ter uma boa autoestima. Bem, o que fizeste para ter uma boa autoestima? Por que terias uma boa autoestima se passas o dia deitado sem fazer nada? Não entendo muito bem por que precisamos de autoestima», disse o especialista. A sua ideia está fortemente relacionada com isto. Só podemos sentir que somos valiosos se dermos algo. LEITURA RECOMENDADA Marco Aurélio, o imperador estoico, sobre as quatro vitórias a conquistar todos os dias: «Lembre-se de que a alma se tinge da cor dos seus pensamentos.»
E só podemos contribuir se tivermos coragem de ser nós mesmos. O que você pode oferecer que ninguém mais no mundo pode? A sua essência, a sua visão e a sua maneira de agir. Mas só serás isso se agires. Só quando deres o primeiro passo, quando desencadeares a avalanche que te fará sentir orgulho de ti mesmo.
Sê tu mesmo e os teus sonhos tornar-se-ão realidade
Ser tu mesmo tem muitas vantagens e poucas desvantagens. Sim, pode haver quem critique e julgue por seres tu mesmo, por seres autêntico. Mas, como se costuma dizer, para fazer tortilha é preciso quebrar ovos. Se te criticam, significa que estás a fazer alguma coisa, disse Salma Hayek. E isso é muito mais do que fazem aqueles que criticam. Estás no caminho certo.
Além de ajudar a destacar-se, dar a oportunidade de ser alguém e ganhar autoconfiança, ser você mesmo traz outra vantagem. Porque só com sinceridade é que pode alcançar o que deseja.
Se seguir o caminho traçado por outros, alcançará objetivos imaginados por outros e não aqueles que deseja de todo o coração.
«Ser-se-é está relacionado com seguir os seus desejos», escrevem Miralles e Rovira no livro já mencionado, «e a autoestima fortalece-se quando se permanece fiel aos seus valores e prioridades, pois isso está intimamente ligado à integridade».
Se Albert Einstein se tornou um físico mundialmente famoso, ganhador do Prémio Nobel, ou Picasso um dos pintores mais conhecidos do século XX, assim como Frida Kahlo, foi porque seguiram o seu próprio caminho, sem esperar que alguém lhes desse permissão.
A verdade é que, seja o que for que queiras na vida, a única maneira de alcançá-lo é seguindo um caminho que só tu podes traçar. Se seguir o caminho traçado por outros, alcançarás objetivos imaginados por outros, e não aqueles que desejas de todo o coração. Sonhos únicos exigem planos únicos. A questão é: tens coragem de sonhar?