A técnica de «spoofing» permitia aos burlões aceder e publicar as suas mensagens no mesmo chat onde apareciam as mensagens autênticas do banco.
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A Guardia Civil desmantelou uma complexa rede criminosa que conseguiu roubar mais de 250 000 euros através da falsificação de documentos bancários com mensagens de texto falsas. Durante a operação, que resultou na detenção de 16 pessoas (15 em Barcelona e uma em Alicante), foi apreendida uma grande quantidade de dispositivos eletrónicos, documentos e provas digitais.
A investigação começou em outubro de 2023 no comando de Alicante, após uma denúncia de um cidadão em Calosa del Segura. A vítima recebeu uma mensagem SMS, supostamente do seu banco, alertando-a sobre uma operação suspeita. Esta mensagem continha um link fraudulento que redirecionava para uma página web clonada, onde eram solicitados os dados de acesso. Segundo a polícia, este esquema «repetiu-se em relação a inúmeras vítimas, todas elas enganadas através de métodos avançados de engenharia social».
«Spoofing» e mensagens fraudulentas
Uma organização criminosa que operava principalmente a partir de Barcelona utilizava um sistema conhecido como «spoofing», que lhes permitia falsificar o número de telefone de um banco real. Como resultado, as mensagens fraudulentas apareciam na mesma conversa que as mensagens legítimas da organização. «A urgência do conteúdo e a aparência credível do link levavam a vítima a fornecer os seus dados pessoais e bancários», explicou a polícia.
Após obterem os dados de acesso, os golpistas acediam às contas reais e entravam em contacto com as vítimas por telefone, fingindo ser funcionários do banco para convencê-las a fazer uma «transferência segura» para uma conta supostamente protegida, que na verdade pertencia a um «mula financeira». A rede criminosa estava «perfeitamente estruturada» em três níveis: líderes e técnicos (criadores de domínios e sites falsos), comunicadores (que contactavam diretamente as vítimas) e mulas e coletores (responsáveis por receber e retirar os fundos).
A rapidez foi «decisiva»
A Guarda Civil salientou que a rapidez era «fundamental» para a rede, uma vez que o levantamento do dinheiro roubado ocorria normalmente menos de duas horas após a introdução dos dados pela vítima, o que permitia evitar possíveis bloqueios de contas bancárias. Parte do dinheiro era posteriormente convertido em criptomoeda através de plataformas sem verificação.
No âmbito da operação denominada «Fake link», foram bloqueadas 38 contas bancárias dos alegados criminosos. Os 16 detidos — 12 homens e 4 mulheres com idades compreendidas entre os 20 e os 50 anos, de diferentes nacionalidades — foram acusados de crimes relacionados com pertença a um grupo criminoso, branqueamento de capitais e fraude, e entregues ao tribunal de investigação n.º 3 .