Descubra porque é que este comportamento vai além do instinto sexual e como compreender o seu cão para melhorar o seu bem-estar e a vossa convivência. O seu cão ataca-o a si ou a outras pessoas e não sabe porquê?

Não está sozinho. Embora muitas vezes se considere que este ato é exclusivamente um comportamento sexual, a veterinária Eva Sánchez-Paniagua, da Clinicanimal, explica com precisão que «o ato de montar nem sempre é uma resposta a um impulso reprodutivo» e pode ter várias causas muito mais complexas.Recomendamos: de Paula Echevarria a Eva Longoria: copie os biquínis e fatos de banho mais favorecedores das celebridades com mais de 45 anos

Segundo Eva Sánchez-Paniagua, «a esterilização reduz significativamente o comportamento relacionado com a atividade reprodutiva hormonal, mas não elimina o comportamento que já foi aprendido ou reforçado anteriormente, nem outros comportamentos que não têm origem hormonal». Ou seja, mesmo que o seu cão seja castrado, ele pode saltar por outras razões:

Em cães castrados, isso pode ser causado por excitação (não necessariamente sexual), excesso de energia, ansiedade, desejo de chamar a atenção, stress ou até mesmo imitação, se ele observou esse comportamento em outros animais.

Além disso, pode ser simplesmente «uma comunicação social um pouco desajeitada ou fora de contexto» ou um comportamento aprendido porque «eles aprenderam que recebem uma reação das pessoas ao seu redor, seja positiva ou negativa».

Como saber se é brincadeira, sexo ou stress

Para distinguir se a sedentaridade é uma manifestação de sexualidade, brincadeira ou stress, a chave, segundo o veterinário, está em «observar o contexto e a linguagem corporal do cão».

Se o cão está ofegante, parece muito excitado, faz movimentos rítmicos com o pélvis e a situação ocorre na presença de outros animais, pode ser um comportamento sexual, mesmo que ele seja castrado.

No entanto, ela também salienta que se o cão se empina em momentos de euforia — por exemplo, durante brincadeiras ou quando chegam visitas — e demonstra uma expressão facial relaxada e brincalhona, cauda levantada, movimentos rápidos ou saltos, então é mais provável que se trate de comportamento lúdico, que não causa grande preocupação.

Por outro lado, se esse comportamento surgir em situações de tensão, tédio ou solidão e for acompanhado por ações repetitivas, como lamber excessivamente, vocalizações ou sinais de inquietação, isso pode ser uma reação ao stress ou à frustração.

Exercícios físicos e mentais como prevenção

Para que este comportamento não se enraíze ou persista, o especialista recomenda manter um bom equilíbrio entre a atividade física e a estimulação mental, lembrando que «um cão com energia acumulada procurará formas de a libertar» e, se não as encontrar, «escolherá as suas próprias… e é aí que surgem comportamentos como o salto».

A veterinária Eva Sánchez aconselha combinar exercícios físicos diários — sempre adaptados à idade, raça e condição física do animal — com atividades que estimulem a sua mente, como jogos de cheiro, brinquedos interativos ou treinos de obediência positiva. Ela também destaca a importância de manter uma rotina com uma estrutura clara, pois os cães precisam de certa previsibilidade: saber o que vai acontecer e quando ajuda-os a sentir-se seguros e tranquilos.

Em geral, na opinião da nossa especialista: «um cão cansado e mentalmente satisfeito raramente apresentará comportamentos indesejáveis».

Erros a evitar

No entanto, muitos donos cometem erros ao tentar corrigir esse comportamento. Eva salienta que repreender o cão sem saber ao certo se a causa desse comportamento é stress, excitação ou falta de atenção só causa mais frustração e não resolve o problema.

Ela também adverte que gritar, rir ou repelir excessivamente o cão pode ser interpretado como uma forma de atenção, o que reforça exatamente o que se deseja evitar.

A tensão é apenas um sintoma, não o problema. É a forma como o cão nos comunica que algo precisa de atenção: excesso de energia, emoções excessivas, necessidade de brincar, stress ou simplesmente uma forma de comunicação.

O especialista também salienta que castigos físicos, intimidação ou o uso de métodos repugnantes são ineficazes e podem ter o efeito contrário, por exemplo, causar medo, aumentar o nível de stress ou até provocar comportamento agressivo.

Por fim, a especialista salienta que ignorar os sinais preliminares é outro erro comum, pois muitos cães, antes de começarem a pular, demonstram sinais evidentes de excitação, tédio ou stress. Ela observa que, se não se intervir a tempo, pode-se perder a oportunidade de redirecionar o comportamento para um caminho mais positivo. Nesse sentido, ela insiste que a chave para resolver o problema está na prevenção, redirecionamento e consolidação de alternativas mais saudáveis.

E quando se deve procurar um especialista?

A veterinária explica que, se os saltos se tornam repetitivos, insistentes ou ocorrem várias vezes ao dia sem motivo aparente, é hora de procurar um especialista. Ela também recomenda procurar ajuda se o comportamento for acompanhado por outros sinais de ansiedade, como latidos constantes, comportamento destrutivo, lambida compulsiva ou perseguição da cauda.

Outro motivo de preocupação é o facto de esse comportamento causar rejeição social por parte de outros animais ou pessoas, o que pode levar a conflitos mais graves. Além disso, ela alerta que, se o cão não apresentava esse comportamento anteriormente e começou a fazê-lo repentinamente, isso pode ser causado por algum fator médico ou emocional.

Compreender e reagir a este sinal com empatia e conhecimento é um verdadeiro desafio para quem cuida de cães. Desta forma, evitamos mal-entendidos, melhoramos o seu bem-estar e fortalecemos a nossa ligação com eles.

By acanto