Sob os nossos pés, fortalezas gigantes enterradas a milhares de quilómetros de profundidade revelam segredos geológicos fascinantes, transformando a nossa compreensão da Terra. A descoberta de estruturas gigantescas sob a superfície da Terra cativou a atenção de cientistas de todo o mundo. Imagine massas rochosas tão imponentes quanto continentes, escondidas a quilómetros de profundidade. Essas estruturas, batizadas de “fortalezas gigantes”, levantam novas questões sobre a composição e a história do nosso planeta. A sua descoberta baseia-se em técnicas sísmicas avançadas, revelando detalhes fascinantes sobre o seu tamanho, idade e impacto potencial na superfície terrestre. Essas revelações podem muito bem transformar a nossa compreensão da geologia e da evolução da Terra.
Fortalezas escondidas sob os continentes
As fortalezas gigantes, ou grandes províncias de baixa velocidade sísmica (LLSVP), são estruturas colossais localizadas nas profundezas do manto terrestre. Elas se encontram principalmente sob a África e o Oceano Pacífico. Essas formações são compostas por rochas extremamente densas e quentes, que retardam as ondas sísmicas ao passar por elas. A descoberta destas massas rochosas permitiu compreender o seu papel como amortecedores sísmicos naturais. Os investigadores estimam que estas fortalezas existem há milhões de anos, e a sua estabilidade sugere que sobreviveram a muitas perturbações geológicas.
Estas gigantescas estruturas não são apenas fascinantes pelo seu tamanho, mas também pela sua composição. Os cientistas continuam a estudar as suas propriedades para determinar a sua origem exata e o seu papel em processos geológicos mais amplos. A questão permanece: como é que estas fortalezas influenciaram a evolução do nosso planeta?
Um tamanho que desafia a imaginação
As dimensões destas fortalezas são simplesmente impressionantes. Cada estrutura mede mais de 4800 quilómetros de largura, o que as torna entidades titânicas no manto terrestre. Representam cerca de 8% do volume total do manto. A sua presença maciça levanta questões sobre a dinâmica interna da Terra.
Além disso, estas fortalezas não são simples formações planas. Elas têm torres subterrâneas que se erguem em direção à superfície. As torres sob a África atingem cerca de 1000 quilómetros de altura, enquanto as do Pacífico são ainda mais altas. Estas «montanhas» subterrâneas superam em altura tudo o que conhecemos na superfície da Terra. Será que esta arquitetura complexa pode influenciar os fenómenos tectónicos na superfície?
A descoberta das fortalezas gigantes foi em grande parte possibilitada por um grande terramoto. A descoberta foi possível graças a um terramoto na Bolívia em 1994. Esse terramoto fez a Terra vibrar de maneira uniforme, permitindo aos cientistas observar as anomalias sísmicas causadas por essas estruturas. A equipa liderada pela sismóloga Arwen Deuss utilizou esses dados para confirmar a existência dessas massas rochosas densas.
As vibrações sísmicas que atravessavam as fortalezas mostraram uma atenuação distinta em relação ao resto do manto, indicando uma maior densidade e rigidez. Esta descoberta abriu caminho para novas pesquisas sobre a composição interna da Terra e sobre como estas estruturas influenciam os movimentos tectónicos. Como é que estas fortalezas afetam os fenómenos sísmicos e vulcânicos na superfície?
Uma influência global nos fenómenos vulcânicos
Embora localizadas a milhares de quilómetros abaixo da superfície, as fortalezas têm um impacto direto nos eventos vulcânicos. As bordas dessas estruturas, devido ao seu calor intenso, geram plumas de rocha em fusão que sobem lentamente para a superfície. Essas plumas dão origem a cadeias de vulcões, como no Havaí e nas Ilhas Galápagos.
Os pontos vulcânicos quentes, frequentemente localizados na vertical das fortalezas, são responsáveis por algumas das erupções mais espetaculares da história. A questão é: estas estruturas terão desempenhado um papel noutros eventos geológicos importantes? Os investigadores estão a tentar compreender como estas fortalezas influenciam não só os vulcões atuais, mas também fenómenos passados que podem ter levado a extinções em massa.
Ao explorar estas estruturas ocultas, descobrimos não só a sua existência, mas também o seu potencial impacto no nosso planeta. As fortalezas gigantes levantam muitas questões sobre o seu papel na história geológica da Terra. Mas, para além das descobertas científicas, elas lembram-nos quantos mistérios o nosso planeta ainda esconde. Como poderemos continuar a explorar estas profundezas e que outras maravilhas poderemos descobrir?