Comprar um Bugatti é fácil para quem tem dinheiro suficiente, mas mantê-lo é um desafio reservado a poucos. Estes hipercarros, como o Veyron e o Chiron, representam o auge da engenharia automóvel, mas por trás da sua exclusividade e potência descomunal, esconde-se um mundo de custos exorbitantes. Por exemplo, trocar o óleo pode custar cerca de 25.000 dólares, um valor equivalente ao preço de um carro novo de gama média. Isso não é por acaso: a complexidade técnica e a extrema qualidade dos seus componentes elevam cada serviço a um nível quase artesanal.

Estes carros têm um motor W16, ou seja, um propulsor de 16 cilindros em configuração W, capaz de entregar até 1.500 cavalos de potência no caso do Chiron. Para manter esse desempenho incomparável, o óleo deve ser de pureza e qualidade excepcionais, lubrificando não só o motor, mas também os quatro turbocompressores que o equipam. O trabalho para aceder ao motor é tão delicado que desmontar peças implica um risco elevado devido à carroçaria de fibra de carbono, uma estrutura extremamente resistente, mas também muito delicada. Por isso, cada visita à oficina requer técnicos especializados e equipamento de precisão.

A manutenção anual básica também supera as expectativas. A conta média pode chegar a 11.500 dólares, um valor que reflete a exclusividade de cada componente e o cuidado que este veículo exige. Não é raro que as peças sejam únicas e tenham preços exorbitantes. Os pneus, projetados para velocidades extremas, devem ser trocados a cada 4.000 quilómetros aproximadamente e podem custar mais de 42.000 dólares o conjunto completo. Isso acrescenta outra dimensão de gastos que afasta qualquer aficionado comum da possibilidade real de manter esta máquina em ótimas condições.

O consumo de combustível é outro capítulo que pesa no bolso. O Veyron faz em média apenas quatro quilómetros por litro, enquanto o Chiron oferece uma eficiência semelhante, com 3,8 quilómetros por litro. Com um depósito de 100 litros, qualquer um destes carros pode consumir a reserva em cerca de 12 minutos se for conduzido à sua velocidade máxima de 420 quilómetros por hora. Isto traduz-se num gasto constante que acompanha cada aceleração, num ritual em que o dinheiro desaparece como o fumo que deixa a poderosa besta ao rugir na estrada.

Quanto ao preço de compra, um Bugatti Veyron custa cerca de 1,7 milhões de dólares, enquanto um Chiron pode ultrapassar os 3 milhões de dólares. Estes números não refletem apenas um nível impressionante de engenharia e luxo, mas também a exclusividade e o status que conferem aos seus proprietários. Possuir um é pertencer a um clube onde velocidade e opulência são os principais requisitos.

Adquirir um Bugatti é fácil para quem tem meios. Mantê-lo, no entanto, requer uma disposição financeira e uma paixão que poucos podem sustentar. Cada dólar investido em manutenção não só garante um desempenho ideal, mas também perpetua a lenda destas máquinas que não só correm rápido, mas também representam o auge da excelência automóvel. Para os amantes de carros, um Bugatti é mais do que um carro: é um compromisso com a velocidade e a perfeição, um pacto que se paga em notas, mas se desfruta a cada quilómetro percorrido.

By acanto