A extração ocorrerá no leito marinho localizado na zona económica exclusiva do Japão e prevê-se obter 3 milhões de toneladas por ano. Investigadores da Universidade de Tóquio e da Fundação Nippon descobriram um depósito de metais raros de grande magnitude no leito marinho perto da ilha Minamitori, a leste do Japão. Trata-se de uma descoberta estratégica pouco comum que pode representar um ponto de inflexão à escala mundial.

A investigação, concluída em 21 de junho do ano passado, localizou um total de 230 milhões de toneladas de metais raros. Entre os encontrados, 610.000 toneladas são de cobalto e 740.000 toneladas são de níquel, materiais muito cobiçados para o desenvolvimento de designs de produtos tecnológicos.

Os materiais, popularmente conhecidos como «diamante de sangue» e «metal do diabo», são muito raros de encontrar, segundo informa Linternaute. A descoberta de tantas toneladas destes materiais permitirá, sobretudo graças ao cobalto, fabricar baterias de lítio para smartphones, veículos elétricos, computadores e até cigarros eletrónicos.

A Fundação Nippon e a Universidade de Tóquio, responsáveis pela investigação destes materiais no Oceano Índico, confirmaram a descoberta de 230 milhões de toneladas numa área de 10 000 quilómetros quadrados na zona económica exclusiva (ZEE) do Japão. As 610 000 toneladas de cobalto e as 740 000 de níquel encontradas podem representar vários anos de consumo nacional, o equivalente a aproximadamente 75 e 11 anos.

Quando começa a extração

Em 2025 começa a fase de extração dos metais. A primeira etapa será apenas experimental e terá a duração de três anos. Prevê-se ainda uma produção estimada de vários milhares de toneladas de nódulos por dia. Para este plano de extração, o setor privado poderá pagar grande parte do custo das operações, estimado em dezenas de milhões de dólares.

O primeiro passo será estabelecer uma plataforma de coordenação entre empresas privadas, o governo japonês e universidades sob os auspícios da Fundação Nippon, responsável pela investigação em conjunto com a Universidade de Tóquio.

Katö Yasuhiro, professor da universidade e chefe da equipa de investigação, explicou numa conferência de imprensa que o objetivo do processo de extração é atingir 10.000 toneladas por dia ou, o que seria equivalente, 3 milhões de toneladas por ano. Yasuhiro também confirmou que o processo será realizado sempre tendo em conta a proteção do ecossistema marinho.

By acanto