Esta é uma das descobertas arqueológicas mais significativas da antiguidade.

Achado do século: toneladas de moedas de ouro encontradas, todas pertencentes a um único país.

Um tesouro incrível, incluindo mais de 20 estátuas de bronze em perfeito estado, bem como moedas de ouro, prata e bronze, foi descoberto durante escavações históricas nas antigas termas de San Casciano dei Bagni, na província de Siena.

Esta é uma das mais importantes descobertas da antiguidade. «Esta descoberta vai revolucionar a história e já conta com mais de 60 especialistas de todo o mundo», afirmou o etruscólogo responsável pelas escavações, Jacopo Tabollo.

Segundo Tabollo, graças a estas escavações, foi encontrado o maior depósito de estátuas de bronze da época etrusca e romana já descoberto  e um dos mais importantes de todo o Mediterrâneo.

Descoberta sem precedentes: encontradas toneladas de ouro, prata e bronze pertencentes a um único país

De acordo com o comunicado oficial dos museus, a nova descoberta «é o achado mais importante desde a recuperação do mar das estátuas de bronze de Riace, as peças de bronze mais significativas já encontradas na história do Mediterrâneo antigo».

As impressionantes estátuas foram retiradas da lama de antigas termas e representavam divindades veneradas num local sagrado. Junto com elas, foram também encontradas algumas partes de corpos em bronze, que eram oferecidas em sacrifício aos deuses para obter cura através das águas termais.

Entre as estátuas retiradas do lodo quente, há imagens de Higieia e Apolo, bem como uma estátua de bronze que lembra o famoso Arringatore, encontrada há alguns anos nos arredores de Perugia e representando o orador Aulo Metello, senador etrusco da época da República Romana.

Os investigadores observam que o excelente estado de conservação das estátuas nas águas termais permitiu preservar as inscrições em etrusco e latim, que foram gravadas antes da sua criação.

Os primeiros proprietários do tesouro

As inscrições contêm os nomes de famílias etruscas influentes da Etrúria interior, desde os Velimnos de Perugia até os Marconi, conhecidos em Siena. Além das frases em etrusco, foram encontradas inscrições em latim, nas quais também são mencionadas as «aquae calidae», as águas termais de Bagno Grande, onde as estátuas foram encontradas.

As 24 estátuas, explica Tabolli, datam do século II a.C. – I d.C., período histórico de importantes transformações na Toscana antiga, durante a transição do domínio etrusco para o romano.

«O santuário com as suas estátuas é um laboratório para a investigação da diversidade cultural na antiguidade, um testemunho único da mobilidade dos etruscos e dos romanos», acrescentou Tabolli, que afirma que esta descoberta «é uma oportunidade única para reescrever a história da arte antiga e, com ela, a história da transição dos etruscos para os romanos na Toscana».

O santuário, com os seus lagos, terraços inclinados, fontes e altares, existia pelo menos desde o século III a.C. e permaneceu ativo até ao século V d.C., quando, na era cristã, foi fechado, mas não destruído.

Os reservatórios foram selados com pesadas colunas de pedra, pelo que, após a remoção desta cobertura, os arqueólogos descobriram um tesouro que permaneceu intacto.

Este grande santuário «parece um lugar único. Uma espécie de oásis de paz, se pensarmos que mesmo nos períodos históricos em que se viviam os conflitos mais terríveis, dentro destes reservatórios e nestes altares, dois mundos, o etrusco e o latino, pareciam coexistir sem problemas», acrescentou o arqueólogo.

By acanto