Já vimos com o apagão de 28 de abril deste ano que, sem eletricidade, o mundo para de funcionar, e é que a nossa dependência dessa energia não para de crescer à medida que cada vez mais aspetos da nossa vida são digitalizados.

E o facto de sermos tão dependentes da eletricidade faz com que a rede elétrica se torne um ponto-chave e estratégico caso se queira causar danos ou colocar o inimigo em apuros. A China está ciente disso e, por essa razão, desenvolveu uma bomba de grafite que, segundo eles, é capaz de deixar uma cidade inteira sem eletricidade em questão de segundos e sem destruir nada.

Publicado num vídeo oficial do Estado, a agência China Aerospace Science and Technology Corporation (CASC) explicou que esta bomba já existe e que, apesar de ser um projétil, não explode como tal, mas sim ao cair liberta centenas de cilindros que explodem no ar, soltando fios de carbono que foram quimicamente tratados.

Quando esses fios entram em contacto com transformadores e subestações, provocam curto-circuitos e, em questão de minutos, deixam totalmente inoperante a rede elétrica de uma área de pelo menos 10.000 metros quadrados, e ainda mais se a zona estiver interligada com outras.

Isto significa que um ataque deste tipo poderia causar um apagão em toda uma cidade, provocando o caos ao interromper o funcionamento de edifícios, hospitais, bancos, comunicações e todos os outros aspetos que se possa imaginar que dependem da rede elétrica.

Além disso, chama a atenção o facto de, ao não causar qualquer tipo de dano físico, no que diz respeito à destruição de infraestruturas, ser difícil prever qual seria a resposta militar adequada.

O pior de tudo é que o ataque não é resolvido com um simples “ligar e desligar”, mas sim com a limpeza da área afetada, removendo todos os restos dos filamentos do sistema, uma tarefa nada fácil que multiplica o tempo de efeito do ataque.

Existem precedentes no uso de bombas de grafite

A verdade é que este tipo de explosivo não é totalmente novo, já que na década de 90, os EUA utilizaram esta tecnologia tanto no Iraque como na Sérvia, conseguindo deixar sem luz em questão de horas até 85% da rede elétrica nacional. Mas o que a China apresentou agora é uma versão superior e, como mostra o vídeo, é uma bomba muito mais precisa e com maior alcance que, segundo eles, pode atingir alvos a 290 quilómetros de distância.

Além disso, a dispersão dos cilindros é guiada por satélite, permitindo atacar com precisão o ponto mais fraco da rede elétrica para causar o maior dano possível.

By acanto