Há algum tempo, as fechaduras eletrônicas ou fechaduras conectadas estão se popularizando no mercado. No papel, tudo parece vantagens, já que geralmente requerem o uso de um cilindro de dupla engrenagem, o que, em teoria, oferece maior segurança. No entanto, este tipo de fechaduras apresenta uma vulnerabilidade que os ladrões sabem aproveitar muito bem.
As fechaduras conectadas podem ser abertas de várias formas, pelo menos nos modelos mais modernos: através de NFC, com o telemóvel, via Bluetooth, com teclados numéricos, reconhecimento facial do tipo Face ID e até mesmo a partir do interior com um botão. E é precisamente este último ponto que pode ser aproveitado pelos ladrões.
É como se deixasse as chaves na porta
Muitos modelos de fechaduras conectadas incorporam no interior um botão que permite abrir ou fechar a porta de forma rápida e confortável. O que à primeira vista parece uma vantagem, pode tornar-se uma faca de dois gumes que os criminosos sabem explorar com facilidade.
Mas se esse botão está no interior, como podem usá-lo para abrir a porta do exterior? É aqui que entra em jogo a criatividade. Como se pode ver em vários vídeos do YouTube, através do óculo, um ladrão pode introduzir uma espécie de comando mecânico que, com alguma destreza, aciona o botão e abre a porta sem esforço. Em suma, é quase como se lhe tivesse entregue a chave da sua casa.
Não é segredo que isso pode acontecer. Remover o olho mágico — a menos que esteja aparafusado — não costuma ser complicado. E como os fabricantes estão cientes desse risco, muitas fechaduras que incluem um botão interno para abrir ou fechar também permitem desativar essa função nas configurações do dispositivo.
Na verdade, quando instalei uma fechadura conectada em casa e comecei a testá-la, uma das primeiras opções que desativei foi precisamente essa: o botão para abrir por dentro. Deixei-o operacional apenas para bloquear a porta, eliminando assim um ponto fraco que poderia comprometer a segurança da minha casa.