Durante séculos, a NASA observou o céu noturno, sonhando com riquezas inexploradas no cosmos. Com os avanços na tecnologia espacial e na robótica, esse sonho está cada vez mais próximo de se tornar realidade — empresas privadas e agências nacionais agora olham para os asteróides não apenas pela ciência, mas também pelas matérias-primas que eles abrigam. Na vanguarda está o 16 Psyche, um enorme asteróide rico em metais situado no cinturão principal e um dos principais candidatos nesta corrida de prospecção da era espacial que se desenrola. Em alguns casos, o universo contém mais ouro e rochas preciosas num asteróide do que na Terra.

Um asteróide com ouro

Em 2019, os astrónomos surpreenderam o público com estimativas aproximadas que avaliavam as reservas de metais do Psique — ferro, níquel e ouro — em até US$ 700 quintilhões, um número tão grande que ganhou as manchetes sugerindo que “todos na Terra poderiam se tornar bilionários”. O número não só despertou entusiasmo, mas também conversas no mundo real sobre o futuro da mineração e da economia dos recursos — incluindo receios sobre o colapso dos mercados globais, a inflação ou a corrida geopolítica que poderia se seguir.

No entanto, por trás do entusiasmo, existe uma tensão mais profunda: extrair grandes quantidades de metais preciosos de um asteróide não é apenas uma questão de ter o equipamento — é uma questão de logística, custo e timing. Mesmo que Psyche contenha metais no valor de trilhões, inundar os mercados da Terra poderia aniquilar esses valores patrimoniais e causar um efeito cascata nos sistemas financeiros. Enquanto isso, os obstáculos técnicos e legais — direitos de propriedade no espaço, custos de transporte, refino em órbita — mal foram abordados.

A NASA lançará uma missão

Agora, a NASA está a passar da especulação para a ação. A sua nave espacial Psyche, lançada em outubro de 2023, foi concebida não para minerar, mas para mapear e analisar a estrutura e composição do asteróide, fornecendo dados críticos antes de qualquer possível extração. Essa missão, que deve chegar a Psyche em 2029, pode redefinir não apenas a nossa compreensão dos núcleos planetários, mas também se o ouro cósmico é uma lenda ou um livro-razão que podemos realmente equilibrar.

A NASA identificou mais de 1,3 milhões de asteróides no nosso sistema solar, muitos deles ricos em metais valiosos como platina, cobalto e ouro. Alguns, como o 16 Psyche e o 241 Germania, são considerados vestígios de planetas falhados — núcleos planetários despojados que flutuam no espaço. Outros, como Bennu e Ryugu, são ricos em carbono e contêm pistas sobre as origens da água e da vida na Terra.

O impacto da chegada da NASA a Psique

Acredita-se que um pequeno asteróide próximo da Terra, conhecido como 2011 UW158, contenha platina no valor estimado de US$ 5,4 trilhões. Alguns modelos sugerem que uma única missão de mineração bem-sucedida poderia exceder toda a produção anual de metal da Terra — uma mudança que poderia perturbar os mercados globais da noite para o dia.

Os asteróides moldaram a história da Terra de maneiras profundas — não apenas como ameaças existenciais, mas possivelmente como doadores de vida. Alguns cientistas acreditam que os impactos de asteróides podem ter trazido ingredientes essenciais para a vida à Terra — incluindo água, carbono e aminoácidos. Ao mesmo tempo, a ameaça de futuros impactos de asteróides continua muito real. A missão DART da NASA, que conseguiu desviar um pequeno asteróide da sua trajetória em 2022, marcou um marco importante nos esforços de defesa planetária.

Preparações para a missão

À medida que os investigadores se preparam para estudar Psique mais de perto, o resultado da missão não ajudará apenas os futuros esforços de mineração. Também poderá revelar uma melhor compreensão de como os planetas se formam, como a riqueza é distribuída pelo sistema solar e como a vida na Terra é realmente frágil — ou afortunada.

Estes asteróides contêm mais do que apenas metal — eles carregam história, risco e possibilidade. Os asteróides já remodelaram o nosso planeta antes e podem fazê-lo novamente — que é exatamente o que a mais recente missão da NASA está a tentar impedir. É um cenário famoso dramatizado no filme Armageddon, onde uma equipa de mineiros é enviada ao espaço para perfurar um asteróide e impedir que colida com a Terra.

By acanto